O encapetado Diogo


Gosto de Diogo Mainardi. Por vários motivos. O primeiro é que tem um monte de gente que o odeia. O segundo é porque ele tem cara de aluno provocador e engraçadinho que costuma ser o pesadelo das professoras e a tesão das adolescentes.

Reconheço que não são bons motivos para gostar dele, mas tem o terceiro: acho delicioso o jeito como ele escreve. Se ele beija como escreve, está bem na foto.

Ele parece não hesitar antes de beijar - digo, antes de escrever. Não tem medo dos resultados, é impetuoso e irreverente e se mostra seguro - pelo menos aparentemente (e quem se importa com o resto?)

Alunos "engraçadinhos" e provocadores geralmente se dão mal, recebem todo o tipo de ameaça e punição e por fim acabam baixando a crista. Não o Diogo Mainardi! Não só continuou na escola (presumo pelo modo como escreve) como está ganhando dinheiro com suas provocações e desaforos. Ele é o "mal elemento" (na melhor acepção do termo") que se deu bem.


Diogo Mainardi joga bolinhas de papel na nuca do Lula, põe taxinhas na cadeira do General Enzo Peri, gruda rabo de papel nas calças de Hugo chavez, dá petelecos em Daniel Dantas e Naji Nahas ... E tenho certeza de que não poupa nem os amigos. Só os grandes amigos o aguentam.

Decididamente eu não queria sentar na frente do Diogo Mainardi em uma sala de aula. Mas com uns 16 anos acho que eu teria me apaixonado por ele. Com essa idade quem não se apaixona pelo encapetado Diogo?

Tanto nas fotos quanto nos programas televisivos, ele está sempre com um sorriso provocador e tranquilo, como se tivesse acabado de bolar, naquele exato momento, sua mais nova travessura.

Não sei se eu queria conhecer Diogo Mainardi pessoalmente. Ele iria acabar puxando meu cabelo ou ridicularizando meu blog. Acho que não estou emocionalmente preparada para isso.

Mas eu gosto dele. Talvez não pra casar - a menos que ele provasse que só é pentelho com os outros, mas em casa é capaz até de lavar copos.

Vou confessar: eu bem que queria ganhar dinheiro infernizando os outros.

Hmmm... Pensando bem eu casaria com o Diogo Mainardi sim. Mesmo que ele não lavasse meus copos.

Cristina Faraon

Mulher de fases


Hoje fui suavemente (mal-disfarçadamente) advertida (acusada) de estar demasiadamente apegada (viciada) em Internet.

Não vou me defender. Prefiro sofrer heroicamente a acusação - inclusive porque esse lance de se defender dá muito trabalho e me rouba momentos preciosos na Internet.

Não posso parar! Meus dedos formigam quando paro. Em minha mente milhões de sites me desafiam, pedindo para serem penetrados - ou melhor: desvendados, conhecidos. Há um mundo virtual a minha espera. Lamentável ter que tomar banho, dormir e comer.

Brincadeira. Claro que não estou viciada, apenas redireciono minha atenção e energias de forma a não criar problemas. Houve épocas que meus anseios eram incômodos em todos os sentidos. Lembro-me de outrora, quando vivia amargurada querendo me divertir. Queria jogar queimada na rua, ir para a praia, cinema, casa de amigas, viagens emocionantes, boate, shows, eventos culturais diversos. Vivi assim durante anos e garanto a você que não foi nada divertido. Não digo que essa Cristina formigante tenha morrido, mas estou dando um tempo nela.

Minhas ânsias juvenis fora de época eram um incômodo não só para mim. É doloroso ter dentro de si um vulcão.

Hoje passei o dia como a mais pacata das mães: trancafiada em casa. Acho que agora sou a esposa ideal. Quer dizer: nem tanto. Não fiz biscoitinhos de tarde - mas cortei o cabelo da minha cunhada! Acho que isso conta pontos, né? Qual homem não sonha com uma mulher caseira, ao alcance de mão para o que ele precisar e que não o importune com desejos exacerbados de nenhuma ordem? Pois é, alcancei o nível. E olhando por esse ângulo vício em internet pode ser visto mais como uma cura do que como um problema. E ainda que seja um vício, certamente a pena deve ser mais branda.

À guisa de informação: hoje assisti em meu computador dois documentários em DVD. Isso não configura internet.

Se você fosse homem, onde preferia que sua mulher estivesse aos sábados: no barzinho com as amigas? No cinema com pipocas? Afinando o cartão de crédito no shopping? No salão fazendo experimentos químicos duvidosos? Fazendo hora extra com o chefe... ou placidamente na frente do computador, domada e encoleirada debaixo das suas vistas, contentando-se em ver o mundo através impulsos elétricos, hein? Claro que prefere a última opção! Você é como os outros!

Vício por vício pense nisso: liberdade é bem mais perigosa. Além de escravizar, traz efeitos colaterais incontroláveis.

Ah navegar... Até que horas? O que importa? Hoje é sábado e os ventos estão propícios.

"Navegar é preciso. Viver não é preciso..." Vixi! Quem foi o maluco que disse isso? No mínimo era algum viciado em internet...


Cristina Faraon
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