Por que não?

Por que não sair domingo de manhã, bater perna, olhar o mundo? Hoje finalmente peguei minha bicicleta e resolvi dar uma conferida no povo.

Andar de bicicleta é muito mais agradável do que andar de carro. Você se sente voando, pára onde quer para checar qualquer coisa, olha tudo de perto, as pessoas... Sobe na calçada, se sente mais viva. Foi assim que me senti hoje: mais viva, mais "em contato". Carro aliena muito a gente. Fechamos todos os vidros e segue-se que nos tornamos intocáveis. Olhamos lá de dentro "os outros". De bicicleta você também é os outros, se sente mais vivo e é deliciosa a sensação. Você vê as crianças, os cachorros, os corredores, os outros ciclistas, as árvores, as folhas... tudo de perto. No carro é como assitir cinema em alta definição. Você vê mas parece que não está lá; está além ou aquém. Na bicicleta  focê está dentro do filme, faz parte e interage.

Você está enganado: não acho que eu esteja exagerando.

Deveriam parar de denegrir a imagem do domingo. Sair dizendo por aí que ele é um dia morto, feito apenas para virar e revirar na cama não é justo.

O sábado é um dia ainda frenético no qual xingo todo mundo que está na rua. Não saíram na sexta a noite? Por que não vão dormir para eu poder sair em paz e resolver meus assuntos sem engarrafamento? Não, sábado ainda é dia de estress, ainda é "dia da semana" e de trabalho. Tô pra virar adventista só para militar contra isso.

Domingo não, é diferente! E você só saberá disso se sair dessa murrinha e ir para a praça tomar água de coco. Domingo é o dia que vemos mais crianças circulando.

Os mortos não se misturam. Há o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Acho que a gente tem mais é que se misturar, interagir, fazer parte dos cenários.
Previous Post Next Post Back to Top