Implicando com Paulo Coelho - I

Texto dele:

Da margem

No livro “Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei”, Pilar pede a seu amado que quebre um copo, enquanto jantam num restaurante.

“Sim, quebrar um copo. Um gesto aparentemente simples, mas que envolve pavores que nunca compreenderemos direito. É o proibido. Copos não se quebram de propósito; quando entramos em restaurantes ou em nossas casas, tomamos cuidado para que copos não fiquem na beira da mesa. Morremos de medo de quebrar copos”.

“Entretanto, quando sem querer derrubamos um, vemos que não é tão grave assim. O garçom diz ‘não tem importância’, e ‘nunca vi um copo quebrado ser incluído na conta do restaurante’”.

“Quebrar copos faz parte da vida; faça isto agora, mesmo que a gente tenha que pagar depois. Às vezes, um gesto bobo nos liberta de preconceitos malditos, da mania de explicar tudo, de só fazer aquilo que os outros aprovam”.

Meu comentário:

Gosto de entrar no blog do Paulo Coelho. Geralmente me divirto bastante com as tolices que ele escreve querendo parecer profundo. No blog dele você poderá encontrar um monte de texto "nada a ver" que te farão rir. Recomendo a leitura porque rir faz bem.

Acontece que dessa vez não ri. Confesso que achei interessante o que ele escreveu.

Quantas vezes vivemos assombrados com medo de errar. Ninguém quer errar! Vivemos para acertar e ser felizes mas o percurso dessa vida é escarpado e às vezes "um copo se quebra".

O que apreciei no texto foi o seu poder calmante, digamos assim. Após quebrarmos um copo, olhamos ao redor e entendemos que o mundo não se acabou por causa disso. Não foi o fim de nada a não ser daquele copo que não tinha, em si mesmo, o poder de alterar grandemente a realidade.

Supervalorizamos nossos tropeços e vivemos com medo. A vida é maior do que meus pequenos erros. Quebrar copos não deveria nos parecer tão assustador.

Pois é.

(http://colunas.g1.com.br/paulocoelho/2008/09/12/da-margem/#comment-28164)

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